Pat, Paul, Eric, Kevin, e Billy durante a gravação de What If... |
O site MELODIC ROCK disponibilizou hoje uma entrevista com Kevin Shirley, produtor do novo álbum da banda Mr. Big, "What If...". Como a entrevista inteira é enorme e não trata apenas dos músicos em questão, vou transcrever apenas os trechos relacionados. Se quiser ler a página inteira, clique AQUI .
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Melodic Rock: Então, como os caras do Mr. Big "se apropriaram" de você?
Kevin Shirley: Hum... Um telefonema? É um desses novos dispositivos de comunicação.
MR: (risadas) Quem ligou?
KS: O empresário deles ligou e disse: "Está interessado?", eu olhei minha agenda e respondi: "Estou Interessado". Honestamente, não sou tão familiarizado com a música do Mr. Big. Claro, eu conhecia os maiores hits do mercado, mas realmente, não estava familiarizado. Logo que me comprometi com eles, voltei ao catálogo, e o ouvi. Há muita coisa legal, principalmente no "Lean Into It". Uma delas é 'Green Tinted Sixties Mind'.
MR: Sim.
KS: Aí eu ouvi algumas coisas da carreira solo de Paul Gilbert. Fenomenal. E Racer-X.
MR: Meu Deus, eu digo a você, eles são incríveis, todos os quatro. Mal posso acreditar o tanto que este álbum é bom.
KS: Bem, obrigado!
MR: Logicamente, eles escreveram ótimas canções, mas quanto à energia com o qual foi gravado...Diga-me como foi dentro do estúdio ao lado deles.
KS: Foi tudo bem! Penso que eles são como a maioria dos caras com os quais trabalhei. Não acho que eu tenha uma maneira diferente para me aproximar, mas certamente ela não é convencional. Me preocupo mais com a apresentação geral do que com os detalhes. Não escuto instrumentos individuais, necessariamente, e me centro nos detalhes. O que eu tento assegurar é a banda como um todo. Depois, se algo precisa ser destacado, será destacado. Não sou o tipo de pessoa que vai cuidar da bateria, e depois fazer overdubs no baixo e na guitarra. Não gosto de um som assim, ele não captura a interação entre os músicos.
MR: Lógico.
KS: Quando músicos tocam juntos, ainda mais daquele calibre, tem a maneira como eles tocam. Na gravação, mexem ali, mexem aqui, e quando tem algo que não gostam, querem isolar. Então, eu não gosto disso. Eu sei que foi um desafio para Billy Sheehan não ter a oportunidade de refazer tudo e olhar como se tivesse um microscópio. Já Paul Gilbert apenas abraçou a causa. Ele adorou participar do desafio. Se o processo fosse diferente, acho que a performance dos dois teria sido diferente.
MR: Eles não tocam juntos há certo tempo, e acho que fizeram a coisa certa, se me perguntar. Eles tiveram um pausa bem longa, mas voltaram para algumas turnês e estão juntos novamente. Soa como se saíssem do palco direto para o estúdio.
KS: Que bom! Era para causar essa impressão.
MR: Sim. Eu acho engraçado você ter falado do Billy porque o desempenho dele neste álbum é uma coisa de outro mundo.
KS: Espero que você escreva isso, porque ele precisa saber. Ele se criticou muito.
MR: Realmente, está fenomenal!
KS: Também acho isso!
MR: A interação entre ele e Paul, acho que não escutei algo bom assim em nenhum outro álbum do Mr. Big.
KS: Ótimo!
MR: Com certeza vou postar isso na revisão! E este será meu favorito depois do primeiro disco e Lean Into It. Tem um toque moderno neste álbum. Isso é feito seu ou deles?
KS: Em que sentido?
MR: Está um pouco mais sombrio, um pouco mais pesado, e posso dizer que um som parecido com grunge.
KS: Isso é o que eu queria. Para mim, o rock tem um elemento obscuro sobre ele. É interessante você dizer isso porque eu tenho pensado que alguns dos primeiros trabalhos, no início dos anos 90, são mais leves que isso. Sabemos que não vai ser do agrado de todos, mas eu gosto dessa "escuridão" dentro do rock.
MR: Eu acho que você conseguiu o equilíbrio perfeito no álbum porque, 6 músicas seguem o estilo clássico do Mr. Big, e as outras 6 têm esse tom sombrio.
KS: Sim, Undertow.
MR: Esta é fenomenal! Está impressionando a todos!
KS: Ótimo! Eu também amo Stranger In My Life.
MR: Sim! Grande balada!
KS: A letra é incrível, Eric Martin fez um ótimo trabalho.
MR: American Beauty.
KS: Essa também é ótima.
MR: Esta canção tem a energia do primeiro álbum. Penso que a letra foi escrita a bastante tempo atrás, e que a música foi deixada de lado.
KS: Ela é uma das canções antigas que ganhou vida.
MR: Eu ia dizer isso antes, Pat Torpey fez um excelente trabalho na bateria. Ele preenche todos os lugares. Ele não é apenas habilidoso, mas se tem algum "buraco", a bateria preenche esse espaço, não é?
KS: Você sabe que em algumas faixas, eu enfatizei a energia que eles têm ao tocar. Gosto de fazer os músicos se sentirem com 19 anos, e então eles querem tocar.
MR: Você certamente conseguiu esse efeito nesses caras velhos.
KS: Que bom!
MR: Essa banda também é conhecida por tensões dentro do estúdio. Dessa vez senti que não teve nada disso, certo?
KS: A tensão foi maior entre eu e eles. Isso nem me incomodou.
MR: Sério?
KS: Mas eu lidei com isso.
MR: Como lidou?
KS: É o meu trabalho, é isso que eu faço.
MR: Nossa, e você fez quase o impossível naqueles efeitos na voz de Eric Martin. Falando nisso, como foi lidar com ele? Eu digo, sou um grande amigo de Eric.
KS: Eric foi como um pedaço de bolo, um sonho na verdade...
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Bom, foi isso que extraí da primeira parte da entrevista!
Espero que gostem!!!
Amanhã viajo pro sul da Bahia com a família...
posto mais em breve!!!
um mr abraço...
Kevin Shirley (foto do site Melodic Rock) |