O áudio a seguir, é uma entrevista feita por uma rádio italiana chama
Linea Rock. O site correspondente à rádio se encontra
AQUI .
Vou tentar fazer o meu melhor para traduzir, a partir de minha interpretação. Se houver algum erro, ou desentendimento, sinta-se à vontade para avisar. A ajuda de vocês é muito bem vinda.
entrevista Linea Rock - áudio
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Linea Rock: Bem vindo Eric ao programa
Linea Rock pela primeira vez. Nós podemos falar sobre o novo álbum, depois de 10 anos do último álbum de estudio. (... bla bla bla ...) Título: What If...
Eric Martin: Como você está?
LR: Primeiramente, como nasceu a ideia de ter novamente a formação clássica?
EM: Você quer a estória completa? Ok.
LR: É uma estória muito longa? (risadas)
EM: Vou resumí-la...
Anos se passaram, e você começa a perder o gosto pelo ódio. Quando a banda se separou, principalmente quando eu me separei do Billy [Sheehan], nós não éramos mais amigos. O tempo passou; 7 anos se passaram, 8 anos...e eu realmente comecei a sentir falta dele. Eu fiquei com medo de ligar pra ele, então eu mandei um e-mail. Basicamente, tínhamos um "relacionamento" via e-mail. Então eu perguntei se era possível trazer o Mr. Big de volta. Ele disse: "hey, isso seria ótimo, e eu adoraria fazer isso".
Eu disse a ele que eu tinha visto Pat Torpey fazendo turnês alguns verões atrás, e mencionei a mesma coisa a ele também. Então eu, Pat e Billy estávamos de acordo se Paul [Gilbert] concordasse. Billy disse: "vou entrar em contato com Paul. Ele vai tocar em um clube em Hollywood,
House Of Blues".
Billy foi ao show dele e, ironicamente, Richie Kotzen estava abrindo o show de Paul, com Pat Torpey na bateria. Foi como se fosse uma novela. Eles tocaram "juntos". Aí Paul convida Billy, Richie e Pat para tocar e cantar '
30 days in the hole'
. Uma música da banda Humble Pie. Costumávamos tocá-la no passado.
A plateia ficou louca. Acho que Paul ja mencionou isso antes, quando o Richie estava cantando, ele imaginou Eric Martin no lugar e depois do show, nós nos ligamos e decidimos voltar, mas somente para uma turnê. Eu ficava perguntando: "Nós vamos fazer um disco?" e eles: "Ah cara, vamos fazer só a turnê.". Durante a turnê nós nos entendemos novamente e aí sim começaram a falar em fazer um disco. Foi ótimo o fato de termos nos aproximado. Nós tocamos no Japão, sul da Ásia, Europa...
LR: Foi uma turnê longa.
EM: Não foi tão longa. Talvez alguns meses, 3 meses de 2009.
No final desta turnê, tocamos na Coreia [do Sul], e no aeroporto os três estavam indo a Los Angeles, e eu para São Francisco, Paul falou que iria fazer uma turnê solo, Billy iria continuar suas clínicas de baixo, e Pat tinhas as suas coisas também, e eu disse: "Poxa, eu não tenho nada para fazer. Eu quero começar a escrever músicas de um novo álbum para o Mr. Big.". Paul respondeu: "Bem, nunca se sabe".
Um mês depois disso, nos ligamos de novo, e decidimos fazer um disco juntos. Nada foi planejado. Foi um passo de cada vez. Nós não fomos motivados pelo dinheiro, queríamos fazer isso para nossos fãs. Eles mantiveram a porta aberta por tantos anos, graças a Deus. Enfim, o lance foi o espírito da coisa, e restaurar a convivência. Sem estresse. Não queríamos correr atrás do "sonho To Be With You", nem ser o primeiro lugar, não estamos tentando fazer isso. Queremos apenas entreter as pessoas, e festejar! Ter bons momentos. (risadas)
LR: Agora vamos falar do tão esperado álbum. Quando vocês começaram a escrever novas músicas? Elas são todas novas ou algumas foram escritas há alguns anos para projetos solo?
EM: Na verdade eu escrevi cerca de 9 músicas, e 2 ou 3 foram para o disco. Paul e Pat escreveram muitas canções que entraram. Eu escrevi as minhas aproximadamente 3 semanas antes de começarmos a gravação. As músicas '
Stranger In My Life' e '
I Won't Get In My Way' eu escrevi e entraram no álbum. Tem uma música no álbum, chamada '
American Beauty' cujas letras foram mudadas, antes ela se chamava '
Traped In The City', '
Back on 1988' ou 89...e toda vez que estávamos ensaiando em um estúdio, nós improvisávamos essa canção, e chegamos a fazer uma fita
demo para alguma gravadora, e eu acho que não gostaram. (risadas). A gente improvisava sempre esta música, a
demo de um ensaio foi parar numa gaveta, e depois ninguém mexeu mais. Ela soa muito como '
Shyboy', ZZ TOP, etc. Então, quando nós voltamos; um dia tocando numa sala, esta canção simplesmente "saiu". Era apenas algo que costumávamos fazer para ensaiar, checagem de som antes de um show. Mudamos a letra, e '
American Beauty' é uma prostituta com um coração bom.(risadas)
Fazíamos assim em 1988, e desse jeito chegar em um 2011, 2010, com uma "recauchutada".
LR: Ok. Então como foi a atmosfera em estúdio, após 14 anos sem gravarem juntos?
EM: Foi muito interessante porque, estávamos todos juntos na sala de gravação, que parecia a sala de uma casa. O nome do lugar era The Village, em Los Angeles. Um lugar velho e apropriado para se gravar um disco de rock. Todos gravaram lá, menos eu.
LR: Vocês usaram apenas um estúdio? Quero dizer, gravaram todas as músicas em apenas um local, e não em vários estúdios?
EM: Nós gravamos vocais de fundo no estúdio do Kevin Shirley. Ele é nosso produtor, e ele mixou o álbum inteiro no estúdio dele, The Cave.Eu "vivi" lá por algumas semanas. Pegamos tudo 'ao vivo', Paul fez apenas guitarra base depois, e eu a parte vocal. Eu ficava perguntando: "Posso consertar algumas partes?" e ele dizia: "Não. Quero que se pareça como uma performance. Se você cometer algum erro, eu quero que a banda faça tudo de novo". Eu respondi: " Não é assim que eu trabalho.No passado eu cantava, descansava minha voz por uns dias, e voltava". Kevin falou que ele queria daquele jeito. Como se fosse uma turnê. Você canta músicas rápidas, sua voz está 'alta', sua garganta começa a ficar irritada, uma coisa natural. E como no final de uma turnê, você força um pouco.
Isso não parecia divertido para mim, e ele pediu para confiar no que fazia. Kevin disse que eu não sei o quanto eu sou bom, e ninguém da banda sabe o tanto que eles são bons. Ele não queria fazer uma produção do tipo "Frankeinstein", no qual você pega os pedacinhos, coloca aqui e ali, aí a gente viaja para as bahamas e termina depois...(risadas). [blá blá blá].
Nós ficamos um pouco apertados naquele estúdio. Billy, Paul e Pat ficaram muito juntos na sala, e eu tinha uma 'cabine', com vidros. Um prato de bateria estava praticamente pressionado contra o vidro. Eu não podia sair daquele lugar sem mexer nas peças da bateria. Era uma coisa engraçada. Como se você estivesse em uma garagem com a banda, como se eu tivesse acabado de começar, com mais ou menos 13 anos.
Bem, foi ao vivo. Como se fosse uma turnê. Uma mini-turnê, de 2 semanas. Levou 2 semanas para gravar e mixar o álbum.
LR: Ok. São 11 faixas, com uma a mais, sendo faixa bônus. Quantas faixas foram feitas fora do álbum, e os fãs poderão encontrá-las no futuro? Como
singles talvez?
EM: É possível. Algumas canções, nós não fizemos, e é uma democracia na banda. Bem, costumava ser uma democracia. Kevin Shirley se mostrou mais como um ditador, porque é ele quem escolhia as canções. Nós fizemos 15 ou 16 músicas, e ele foi dizendo: "gosto dessa, dessa, essa aqui é uma porcaria..." (risadas)
LR: (risadas)
EM: Foi desse jeito."Essa aqui soa como essa outra, e é bem melhor", entende o que eu digo? Então, sim, algumas canções ficaram de fora. Então, o lançamento japonês tem uma faixa bônus, o lançamento europeu com uma faixa bônus diferente. Quando o disco for lançado nos EUA, em fevereiro, terá outra faixa bônus.
LR: Entendo. Eu escutei a
preview do álbum, e minha opinião é muito positiva. É 100% Mr. Big. Um álbum muito bom. É difícil achar uma música melhor que a outra.
EM: Obrigado.
LR: Tem alguma faixa que você gosta mais de cantar?
EM: Bem, eu agradeço você por 'cair de cabeça' no álbum, e eu estou tão feliz com a resposta dos fãs. O fato de garantir que eles escutem 100% Mr. Big. Sabe, amamos rock pesado, mas não somos Metallica. Não vamos ser o Metallica. Nós não vamos agir como: "Ok, o que os garotos estão escutando hoje? Daughtry, Nickelback? Ok, então vamos ser como Nickelback." Não, graças a Deus nós não precisamos fazer isso. Nós fizemos o disco baseados nas nossas influências...
Nós fizemos o disco baseado em nossas influências. Ao longo dos anos as pessoas falam o quanto fomos influênciados pela "invasão britânica" dos anos 70 (febre de bandas inglesas). Led Zeppelin, Free, Spooky Tooth...Bandas de hard e blues rock. E finalmente, foi uma experiência bem natural no estúdio. Tocar esse tipo de música Depois de 13 anos, eu não percebi que Paul Gilbert poderia ser igual a Jimi Hendrix (risadas).
Eu tenho várias favoritas nesse álbum. É muito recente. Terminanos isso mês passado sabe?
Tem uma música que eu escrevi, '
Stranger In my Life'. Como eu disse, a escrevi umas semanas antes de gravar, mas alguns
riffs eu já tocava por um ano. Minha esposa sempre dizia: "Você tem que fazer algo com essa canção. Estou enjoando de ouvir esse
riff tantas vezes". Talvez tenha um ano e meio isso, porque eu não tinha o Mr. Big, eu pensava: "Pra que eu vou usar isso? Não soa como meus projetos solo, soa como Mr. Big, mas eu não tenho Mr. Big!" Então eu ficava frustrado...então quando Mr. Big voltou eu ainda não tinha feito nada com aquilo, mas tinha a sensação de que algo ia acontecer.
Essa canção é sobre um soldado, que está indo, ou voltando de uma guerra. Ele está vestindo seu uniforme camuflado, mochila enorme, botas, cabeça raspada. Ele tem um olhar vítreo. Ele passava por conflitos? Ele queria ir? Tinha medo, ou nasceu pra isso? Eu lembrei muito de minha própria vida, meu pai era do exército, e ele queria que eu fizesse o mesmo, seguisse suas pegadas. Eu e meu irmão quase fomos para o exército. Mas eu escolhi o caminho da música, então escrevi uma canção sobre isso. Conflitando o fato de você ser herói de um lado, e inimigo do outro. Como na Segunda Guerra Mundial. Quando os soldados voltaram para casa, houve um desfile, mas ninguém disse: "Eu odeio o que você está fazendo" ou "Obrigado por lutar", nada. Basicamente foi isso, escrevi como um soldado pode ser sentido, escondido em seu disfarce (hiding in my disguise).
LR: E quanto ao título e ao curioso conceito de arte do álbum?
EM: 'What If...' foi como todos os outros álbuns do Mr. Big no passado. Uma coisa bem humorada, como no 'Lean Into It'. 'Bump Ahead', com a cabeça de um cara saindo de um buraco na rua...
Com 'What If...' foi assim; nós mostrávamos nossas músicas, e eles [a banda] diziam que não gostaram e aí alguém disse: "Ah, E SE fizéssemos isso?". Essas palavras deram uma sensação positiva. Aquela canção iria ter nova vida, algo de bom para acontecer. Como o poder da imaginação. " E SE o Mr. Big voltasse?", "E SE porcos podessem voar?".
Pat Torpey achou esse porco. Ele fez um pouco de fotoshop, para agregar a asas, quando ele virou o laptop, ele gritou: "Hey, gente... e se...?" Nós rimos muito na hora, e era só para ser só uma piada. Isso já era na segunda semana, e nem tínhamos uma capa para o álbum. Eu pedi ao nosso antigo
designer Larry Freemantle para fazer nossa capa. E lá fui eu: "Cara, faça algo que tenha uma prancheta, matemática, ferramentas para se construir alguma coisa" É disso que se trata, de construir coisas novas.
LR: Próximo mês de maio, de 2011, vocês vão tocar em um festival de metal com Judas Priest, Whitesnake e outras bandas. Vocês vão começar a turnê obviamente em outros lugares, como EUA ou Japão...
EM: Nós temos uma turnê agendada no Japão, algumas cidades serão selecionadas na Europa. Mas, para começar, nós queríamos ir para a América do Sul, e finalmente vamos voltar aos EUA. Foi há tanto tempo, sabe?Nós queremos participar de festivais como esse (na Itália). Nós queremos iniciar a turnê, e estamos à procura de
promoters. E somos gratos por tocar ao lado de bandas como essas.
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obs: obrigada
Andre Barbieri por ajudar nas partes que eu tive problemas!!
um mr abraço...